De Sábios e Tolos

Felizes são os ingênuos e os ignorantes. Passam pela vida felizes, amam, choram, riem. Estão satisfeitos com o que a vida lhes dá, o destino para eles é pontual como um cavalheiro inglês. Não procuram respostas, pois não fazem perguntas, contentes estão com a vida e nada lhes muda a cabeça.

A sabedoria e o conhecimento são fardos que nenhum homem deveria jamais carregar. Seu peso nos torna amargos, cínicos e tolos. Sim, tolos. Perseguimos os porquês, caçamos os comos, fazemos perguntas sem respostas, e procuramos respostas aonde elas não existem. Douglas Adams, um visionário, já tinha compreendido esse terrível carma a que nos expomos. Pois a resposta para a Vida, o Universo e Tudo o Mais é 42, sem dúvida. Mas qual exatamente é a pergunta?

Anos atrás, tolo que era, gastei uma irrecuperável quantidade de tempo perseguindo esfinges de conhecimento, fantasmas de sabedoria. Julgava herói aquele que tivesse as respostas e as perguntas, insensato que era. Já fomos todos nós jovens, idealistas e cheios de idéias, que naufragam ao atingir o recife da realidade. Pois tememos apenas o que conhecemos, e o desconhecido nos é indiferente. Criamos medos, espectros, tentamos mudar o destino e as pessoas, e não reconhecemos a derrota.

Meu maior medo? Eu mesmo. Queria não ser assim, este sábio de araque, filósofo de teclado. Mas, se assim o sou, então aviso aqueles que virão: não desperdice seu tempo caçando efígies, viva a vida, você só tem uma, e o conhecimento é pesado demais para ser carregado pelo homem.

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