Uma história



Deixe eu lhe contar uma história, meu amigo.
Uma história de música, de sentimentos, de pensamentos, e muitas outras coisas.
Aconteceu comigo, sim, e doeu, mas valeu a pena?
Oh, sim, definitivamente valeu. Mas sem mais delongas, claro.
“Ela chegou, um dia qualquer, de verão ou de outono, já não me lembro mais, porque mesmo assim, tudo se iluminou, como se o sol seguisse os passos dela. Pegou uma cadeira, se sentou, com seu pequeno computador, sem nem perceber que tinha, definitivamente, arrebatado meu coração.
E eu queria gritar ‘Ei, você, como assim chegar de repente, e roubar meu amor por acidente?’
A partir daí, uma montanha russa se instalou na minha cabeça, com meus pensamentos rodando fugazmente na minha mente, sorrindo quando você sorria, chorando quando você chorava, senti coisas que há muito tempo não me permitia, ou melhor, não conseguia, sentir.
A música, que antes já era uma parte do meu eu, se tornou um combustível, uma ligação em comum com você, que parecia tão distante como a mais brilhante das estrelas do céu, que brilham sem que jamais possamos alcançá-las. Com ela, eu dava vazão às mais profundas sensações, ao mais sensível dos pensamentos, abrindo a porta da minha imaginação.
E aí eu tropecei. E caí no infinito abismo da insegurança, no penhasco insondável e sem fim que se chama medo. Então eu grite, com toda a força dos meus pulmões ‘Eu te amo!’ Aí então você olhou pra mim. E mais por acidente do que por vontade, a gente se beijou. E você disse “me desculpe”, mas eu não te deixei partir.
E por uma fração de segundo, que pareceu durar dias e dias sem fim, eu te segurei em meus braços, e disse ‘Fique aqui comigo’. E a beijei de novo. Então tudo escureceu.
E eu percebi que era apenas um sonho, distante na névoa da noite. A primavera da alma, o verão no coração, tinham virado nada mais que um triste e gelado inverno. E a chuva que caía nada mais era do que minhas salgadas lágrimas, lembranças de algo que nunca tinha existido…

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