Síndrome de Peter Pan


Cara, vou te contar. Crescer não é legal. Nada legal. Eu estava aqui, organizando algumas pastas de fotos [sim, antigamente se organizavam álbuns, mas esse tempo já passou, but I digress...], e encontrei algumas fotos do fim do ano passado, pouco antes da nossa formatura no 2° grau. Claro que a nostalgia se manifestou. Não dos tempos de escola, aquilo era uma droga, uma infeliz obrigação na vida de todos, salvo raros momentos luminosos. Mas saudade de um tempo que não volta mais, de uma juventude que passou como uma brisa em um dia quente. Especialmente nesse momento, em que eu e mais alguns que estão nessas fotos, saímos de um período de sufoco [se tu tiver lendo isso, saiba que sim, eu quis estar contigo, mas não é da minha natureza], um choque com a realidade de que sim, realizamos o desejo de toda criança e adolescente: crescemos. Mas não é todo o glamour e o sonho que a gente imagina quando é jovem, e ingênuo. A realidade bate de frente, as responsabilidades vão se acumulando, e por menos que a gente queira, é obrigado a abandonar, a deixar pra trás muita coisa que julgava essencial.
Olhando para trás, com a experiência que eu tenho agora, vejo como ser jovem é um momento rápido, uma passagem fugaz pela parte mais feliz da vida. Enquanto jovens, sonhamos em ficar mais velhos. Quando velhos, choramos com saudade pela juventude desperdiçada. Sim, desperdiçada com sonhos fúteis, com coisas inúteis, olhando demais pra frente e pouco para os lados. A época em que podemos nos dar o luxo de viver sem preocupações, não a inocência pura de uma criança, mas os últimos momentos de irresponsabilidade a serem saboreados. O Tempo é frio, não se importa com sentimentos ou sonhos, na sua lenta e inexorável marcha.
Sim, chame isso de Síndrome de Peter Pan se quiser. Mas o fato é que não queria ter crescido. Pelo menos mais algum tempo dessa louca liberdade, de viver momentos que não voltam mais. Ainda guardo dentro de mim uma certa criança interior, resquício brincalhão e irresponsável de épocas passadas, mas não é a mesma coisa.

A realidade é dura, fria, e não sente pena ou compaixão Aproveite, caro leitor, a fugaz passagem que é a juventude.
Meu nome é Álvaro, tenho 17 anos, mas sinto como se fossem muito mais. E quantos.

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