If Death is so bad, why do all skulls seem to smile?


 "Se a Morte é tão ruim, porque todas as caveiras nos parecem sorrir?"

Elas riem de nós, tolos humanos, e nossa eterna corrida contra o inevitável. Evitamos a Morte a todo custo, fazemos de tudo para nos colocarmos acima da única certeza na vida.

Inventamos deuses, fazemos orações, oferendas de "fé" [a moeda celestial], fazemos promessas que vamos esquecer de cumprir, para garantir aquela década, aquele tempo a mais na Terra. E para garantir nosso lugar no Céu de mentirinha, a utopia perfeita para arrebanhar mais tolos.

Escrevemos histórias, de terríveis inimigos e nobres heróis, para nos convencer que a esperança está no fim da estrada dos que praticam o bem. Colocamos nossas memórias no papel, em mais uma fútil tentativa de permanecer vivos por intermédio dos outros, de influenciar os que virão, de tranformá-los numa imagem de nós mesmos.

 Nossas canções falam de amor eterno e sentimentos que superam este vessel, esta fraca vida carnal, mesmo sabendo que quando estivermos de frente com um senhor magro e velho, velho como o tempo, de relógio a tiquetaquear no bolso, e ele nos estender a mão, esqueceremos amores, amizades, rixas e disputas, tudo para permanecer vivos, presentes.

Tememos a Morte, sem perceber seu caráter libertador, ao nos tirar de uma incessante cadeia de alegrias e tristezas, de sorrisos e de lágrimas, e nos juntar, sorrindo, às outras caveiras, eternamente assistindo o desenrolar desta encenação.

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